03/02/2011

ÀDÚRÀ TI EGÚNGÚN

ÀDÚRÀ TI EGÚNGÚN


Ilè mo pè o

Terra, eu vos chamo!

Gbogbo mònríwo

Todos os espírito do mònriwo

Ilè mo pè o

Terra, eu vos chamo!

Egúngún o

Ó Egúngún!

Ilè mo pè o

Terra, eu vos chamo!

Gbogbo mònríwo

Todos os espírito do mònriwo

Ilè mo pè o

Terra, eu vos chamo!

Egúngún o

Ó Egúngún!

Egúngún a yè, kíì sé bo òrun

Egúngún para nós sobrevive, a ele saudamos e cultuamos

Mo júbà rè Egúngún mònríwo

Apresento-vos meus respeitos, ó espírito do maríwo

Ilè mo pè o

Terra, eu vos chamo!

Gbogbo mònríwo

Todos os espírito do mònriwo

Ilè mo pè o

Terra, eu vos chamo!

Egúngún o

Ó Egúngún!

A kíì dé wa ó, a kíì é Egúngún

Nós vos saudamos quando chegais até nós, vos saudamos Egúngún

Won gbogbo ará asíwájú awo

A todos os ancestrais do culto

Won gbogbo aráalé asíwájú mi

A todos os ancestrais da minha família

Ilè mo pè o

Terra, eu vos chamo!

Gbogbo mònríwo

Todos os espíritos do mònriwo

Ilè mo pè o

Terra, eu vos chamo!


Egúngún o

Ó Egúngún!

Mo pè gbogbo ènyin

Todos os espírito do maríwo

Si fún mi ààbò àti ìrònlówó

Eu chamo a todos vós para virem dar-me proteção e ajuda

Agó, kìì ngbó ekún omo rè

Agó ao ouvir o choro dos filhotes,

Ilè mo pè o

Terra, eu vos chamo!

Gbogbo mònríwo

Todos os espírito do mònriwo

Ilè mo pè o

Terra, eu vos chamo!

Egúngún o

Ó Egúngún!

Ki o ma ta etí wéré

Responde rapidamente

Bàbá awa omo re ni a npè o

Ó pai, somos teus filhos e te chamamos

Ilè mo pè o

Terra, eu vos chamo!

Gbogbo mònríwo

Todos os espírito do mònriwo

Ilè mo pè o

Terra, eu vos chamo!

Egúngún o

Ó Egúngún!

Ki o sare wá jé wa o

Vem logo nos ouvir

Ki o gbó ìwùre wá

Ouve nossas rezas

Ilè mo pè o

Terra, eu vos chamo!

Gbogbo mònríwo

Todos os espírito do mònriwo

Ilè mo pè o

Terra, eu vos chamo!

Egúngún o

Ó Egúngún!

Má jè a ríkú èwe

Livra-nos da mortalidade “infantil”



Má jè a ríjà Èsú

Proteja-nos da ira de Èsú

Má jè a ríjà Ògún

Proteja-nos da ira de Ògún

Má jè a rija omi

Proteja-nos da ira das águas

Má jè a rija Soponná

Proteja-nos da ira de Soponná

Ilè mo pè o

Terra eu vos chamo!

Gbogbo mònríwo

Todos os espírito do mònriwo

Ilè mo pè o

Terra eu vos chamo!

Egúngún o

Ó Egúngún

Mo tumba, bàbá Egúngún

Eu vos peço abenção, Pais Espíritos

Ilè mo pè o

Terra eu vos chamo!

Egúngún o

Ó Egúngún

ORIKI ÈSÚ


Iyìn o, iyìn o Èsú n má gbò o

Èsú escute o meu louvor à ti

Iyìn o, iyìn o Èsú n má gbò o

Èsú escute o meu louvor à ti

Iyìn o, iyìn o Èsú n má gbò o

Èsú escute o meu louvor à ti

Iyìn o, iyìn o Èsú n má gbò o

Èsú escute o meu louvor à ti

Èsú láaróyè, Èsú láaróyè

Èsú láaróyè, Èsú láaróyè

Iyìn o, iyìn o Èsú n má gbò o

Èsú escute o meu louvor à ti

Èsú Láàlú Ogiri Òkò Ebìtà Okùnrin

Èsú Láàlú Ogiri Òkò Ebìtà Okùnrin

Iyìn o, iyìn o Èsú n má gbò o

Èsú escute o meu louvor à ti

Èsú òta òrìsà

Èsú inimigo de Orixá

Iyìn o, iyìn o Èsú n má gbò o

Èsú escute o meu louvor à ti

Osétùrá l’oruko bàbá mó ó

Oxeturá é o nome pelo qual é chamado por seu pai

Alágogo ìjà l’oruko ìyá npè o

Alágogo Ìjà, é o nome pelo qual sua mãe o chama

Iyìn o, iyìn o Èsú n má gbò o

Èsú escute o meu louvor à ti

Èsú Òdàrà, omokùnrin Ìdólófin

Èsú bondoso, filho homem da cidade de Ìdólófìn

O lé sónsó sórí orí esè elésè

Aquele que tem a cabeça pontiaguda fica no pé das pessoas

Iyìn o, iyìn o Èsú n má gbò o

Èsú escute o meu louvor à ti

Kò jé, kò jé kí eni nje gbe e mì

Não come e não permite que ninguém coma ou engula o alimento

Iyìn o, iyìn o Èsú n má gbò o

Èsú escute o meu louvor à ti

A kìì lówó láì mu ti Èsú kúrò

Quem tem riqueza reserva para Èsú a sua parte

A kìì láyò láì mu ti Èsú kúrò

Quem tem felicidade reserva para Èsú a sua parte


Iyìn o, iyìn o Èsú n má gbò o

Èsú escute o meu louvor à ti

Asòntún se òsì láì ní ítijú

Fica dos dois lados sem constrangimento

Iyìn o, iyìn o Èsú n má gbò o

Èsú escute o meu louvor à ti

Èsú àpáta somo olómo lénu

Èsú, montanha de pedras que faz o filho falar coisas que não deseja

O fi okúta dípò iyó

Usa pedra em vez de sal

Iyìn o, iyìn o Èsú n má gbò o

Èsú escute o meu louvor à ti

Lóògemo òrun a nla kálù

Indulgente filho do céu cuja grandeza está em toda a cidade

Pàápa-wàrá, a túká máse sà

Apressadamente fragmenta o que não se junta nunca mais

Iyìn o, iyìn o Èsú n má gbò o

Èsú escute o meu louvor à ti

Èsú máse mi, omo elòmíran ni o se

Èsú não me faça mal, manipule o filho do outro

Èsú máse, Èsú máse, Èsú máse

Èsú não faça mal, Èsú não faça mal, Èsú não faça mal

Iyìn o, iyìn o Èsú n má gbò o

Èsú escute o meu louvor à ti

ÀDÚRÀ IYEWA

Pèlé ‘nbo Yèwá a níre o

Delicadamente cultuamos Yèwá por estarmos felizes

Pèlé ‘nbo Yèwá a níre o

Delicadamente cultuamos Yèwá por estarmos felizes

Òrìsà yin a ‘nbo Yèwá

Orixá estamos cultuando-vos Yèwá
Pèlé ‘nbo Yèwá a níre o

Delicadamente cultuamos Yèwá por estarmos felizes

Yèwá a níre o

Yèwá estamos felizes.

A magia do Alábe

A magia do Alábe

Os tambores têm um alto poder mágico e ao tocá-los expressam a consagração espiritual. Eles ligam os iniciados ás divindades, o profano ao sagrado.
Para a raça negra, o atabaque representa o Logos: ao mesmo tempo rei, artesão, guerreiro ou caçador, como se numa voz múltipla, o ritmo vital da alma estivesse reunido nos momentos do toque.
No Brasil, especialmente nos terreiros de candomblé, verificamos a presença fundamental dos atabaques e dos Ogãs – padrinhos do culto africano ou brasileiro, ou seja, homens que tocam os atabaques sagrados, cuja missão é a de chamar as divindades para que seus adeptos entrem em transe.
São três tambores (pequeno, médio e grande) medindo entre 70 a 80 centímetros de comprimento e colocados na posição horizontal sobre um cavalete. Eles passam por uma série de estágios: purificação, preparação e conservação, feitos por Ogãs. Geralmente estão localizados ao lado do roncó (quarto onde se inicia os adeptos). Nenhum visitante pode permanecer neste local.
Nos dias em que não são realizadas as festas, os atabaques são cobertos com um pano branco, simbolizando o respeito.
É inadmissível que um convidado toque ou improvise algum tipo de som. O cuidado tem um fundamento religioso. Os sons produzidos possuem qualidades especiais, já que representam o caminho, a voz que invoca os orixás a saírem do seu universo para incorporarem nos seus adeptos, por isso, são tão respeitados. Muitos acreditam que o som produzido por eles seja a própria voz das divindades.
O Ogã não se limita apenas a produzir sons. Ele passa por um ritual de iniciação que se inicia aos 8, 10 anos, perdurando por toda a vida. No dia da festa, ele passa por um processo de purificação antes de tocar o seu instrumento sagrado: toma um banho com ervas próprias, além de respeitar algumas proibições alimentares. Também solicita a protecção do seu orixá protector, colocando diante do altar as oferendas que agradam ao seu deus pessoal.
Durante uma festa, é impossível não olhar para os Ogãs e seus atabaques. Além dos espectadores, os iniciados também estão constantemente olhando para eles, porque, dependendo do som, entrarão em transe.
Quando o orixá está em terra, a divindade vai até aos atabaques para reverenciá-los, demonstrando o seu apreço aos músicos. Dependendo do orixá, o ritmo é acelerado e a festa chega ao auge.
Depois, o orixá agradece aos Ogãs pelos seus esforços. Pelo facto de eles terem a missão de trazer os deuses africanos para o espaço mágico tocando os tambores míticos, todos os frequentadores expressam um enorme respeito aos Ogãs.

As obrigações

As obrigações

Um ano após a feitura, o nascimento no santo, o Yawo deve fazer a sua primeira obrigação que tem como significado comemorar esse nascimento e o reforço dos seus votos. Nessa ocasião, são oferecidos: um Bori e um animal de duas patas.

Os votos serão renovados ao completar 3 (três) anos. Serão então oferecidos: um Bori e um animal de quatro patas que seja do fundamento do seu Orixá.

Aos 7 (sete) anos de feitura o Yawo alcança a maior idade no santo tornando-se Egbomin (irmão mais velho) e a partir deste momento está pronto para assumir funções sacerdotais, ou seja tornar-se dono de sua própria casa ou na sua comunidade. Ele já pode assumir o posto de Babalorixá.
Deká ou Obrigação de Sete Anos, é como se intitula este ritual de passagem.

As obrigações dentro do Candomblé não podem ser adiantadas, ou seja, dadas antes do prazo, existe a necessidade de ser respeitado o tempo para que sejam realizadas.

Somente a iniciação não assegura que o Yawo, receba o cargo de Egbomin, ele precisa cumprir todas as etapas descritas anteriormente e mesmo tendo mais de 7 (sete) anos de feito, enquanto não forem realizados os rituais de passagem seguindo a ordem cronológica, ele continuará sendo um Yawo.

O Egbomin recebe durante a cerimónia, elementos de fundamental utilidade para que exerça a função sacerdotal entre eles, os seus búzios e navalha; é justamente o conjunto destes elementos que origina o nome Deká. Além dos elementos, ele passa a ser detentor do fio de grau (Rungebe).

Outras duas obrigações são necessárias a este novo Egbomin, quando forem completados 14 (catorze) e 21 (vinte e um) anos de santo.

Ritimos e instrumentos

Ritimos e instrumentos

Os instrumentos e os ritmos que executamos possuem valores históricos documentados da sua vida profana e sagrada. “São meios de comunicação e de informação, são sagrados e após obrigações tornam-se instrumentos de materialização e exteriorização das forças vitais, tais como a própria palavra, as vozes e a respiração“.

Eles emitem como elementos de origem divina, forças fundamentais comparadas às que são emitidas pelos próprios orixás, portanto são instrumentos da criação e do pré-existente.

ABÊ, instrumento constituído por uma cabaça (fruto vegetal) coberta por um entrelaçado de missangas (no passado eram utilizados búzios ou ave-marias) que friccionados pelas mãos dos percussionistas emitem um som que lembra a palavra “xequerê” (como também é conhecido).

ATABAQUES, instrumentos de madeira e pele encontrados nos ritos da Nação Ketu, eles são três (run, rumpi e lé) e desempenham, respectivamente, ritmos cadenciados em sequências de batidas, que nos afoxés são tocados com as mãos resultando numa verdadeira orquestra percussiva, essa polirritmia é uma característica da manifestação.

Curiosidade: Existe uma região na Nigéria, mas precisamente em Osógbò (Oshobô), onde se realiza festas ritualísticas em homenagem à Deusa Oxum, as margens do rio com mesmo nome, lá apenas as mulheres tocam os instrumentos, tendo como base o tambor “agere” muito parecido e conhecido do nosso candomblé da nação Nagô que é o ILÚ (tambor pequeno encourado dos dois lados, preso a ástes de ferro e madeira, que são três, chamados: Yan, Melêyancó e Melê, respectivamente, grave, médio e agudo, que é percutido apenas pelas mãos de homens em nossa cultura os OGÃS), em Irá, região onde nasceu Oyá também existem festas ritualísticas nas margens do rio Níger (Odô OYA) em homenagem a está Deusa.

ALABÊS, são os tocadores de atabaques no candomblé de Nação Ketu.

AGOGÔ, instrumento de percussão que rége as batidas do afoxé, o maestro da nossa nação, devido a sua sonoridade marcante, sendo seguido pelos demais instrumentos. Feito de metal possui duas campanas com sons diferentes (e com uma campana é chamado de GAN, utilizado nos cultos de candomblé).

ÀDÚRÀ YEMONJA